FLAVIO BOCK
A busca pelo aumento do desempenho e foco tem levado estudantes a recorrer a técnicas inusitadas
Ansiedade, estresse, problemas de concentração e memória são apenas alguns dos distúrbios circulando entre os concurseiros que passam muitas horas debruçados sobre os livros.
A hipnose é considerada uma terapia breve e focal, regulamentada pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP) há 15 anos e reconhecida como prática médica desde 1999 pelo Conselho Federal de Medicina (CFM).
A psicóloga Miriam Pontes, que trabalha com hipnose há 14 anos, afirma que a técnica é uma forma de obter atenção concentrada, mas destaca que a hipnose é contraindicada a pacientes com algumas doenças neurológicas, como os males de Parkinson e Alzheimer. A sessão custa R$ 180 e demora de 45 a 50 minutos.
Para quem estuda, ela pode ter várias utilidades, segundo Miriam. O candidato geralmente fica muito ansioso, porque são muitas matérias para estudar, desde o dia que sai o edital, até o dia do concurso.
Além disso, a hipnose pode ser utilizada como um método investigativo ou em tratamento contra males como depressão, ansiedades, fobias, síndrome do pânico, estresse pós-traumático, tiques, obesidade, tabagismo, dificuldade de aprendizado, transtorno do sono, baixa autoestima, compulsões, estresse, tartamudez (gagueira), doenças psicossomáticas, dores de forma geral, sobretudo enxaquecas.
Thalita Moraes, advogada que recorreu à hipnose por ter dificuldades para passar no exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), afirma que sua rotina de estudos mudou após a hipnose. “Sempre dá aquela canseira, uma estafa, na parte da tarde.
A Miriam gravou um áudio e todo dia, depois da refeição, eu deito meia hora, ouço aquela hipnose que ela fez comigo e é como se eu tivesse dormido uma hora. Fico acordada e ao mesmo tempo dormindo. É o que ela chama de sono hipnótico”.
Alexandre da Silva Martins, técnico do Ministério Público do Rio de Janeiro, utiliza a hipnose desde 2005 para aumentar suas chances de aprovação em concursos. Durante a prova, ele consegue ficar mais concentrado, calmo e tranquilo, e menos ansioso.
Outra técnica utilizada pelos estudantes é a programação neurolinguística (PNL), um sistema de conhecimentos que surgiu na Califórnia, nos Estados Unidos, no início dos anos 70.
A PNL ajuda os candidatos que farão concursos por meio do ensinamento do uso adequado dos sistemas representacionais da linguagem, memória e aprendizagem e uso de mapas mentais.
A PNL é uma técnica que pode ser aplicada em diversas áreas, desde o mundo corporativo até a área da saúde mental. Ela tem como objetivo principal auxiliar as pessoas a alcançarem suas metas e objetivos por meio do autoconhecimento, do desenvolvimento de habilidades comunicativas e do controle emocional.
Segundo o psicólogo e master em PNL, Pedro Henrique Leite, a PNL é uma ferramenta que pode ajudar no desempenho dos concurseiros, pois “ela trabalha a comunicação com a mente, de forma a criar um ambiente interno favorável ao aprendizado, além de ensinar técnicas para aprimorar a memorização, a organização de ideias e o gerenciamento emocional”.
A PNL também é bastante utilizada em treinamentos para vendas, gestão de equipes e desenvolvimento pessoal.
Com ela, é possível entender melhor a linguagem não verbal, identificar padrões mentais e comportamentais e, assim, aprimorar a comunicação interpessoal.
Além disso, a PNL tem sido cada vez mais utilizada na psicologia, como forma de tratamento para diversas condições, como fobias, transtornos alimentares e depressão.
Vale lembrar que tanto a hipnose quanto a PNL devem ser praticadas por profissionais qualificados e regulamentados em suas respectivas áreas de atuação. É importante fazer uma pesquisa cuidadosa antes de escolher um profissional para realizar essas práticas.
Flavio Bock
