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A Terapia de Histórias Fictícias

A Terapia de Histórias Fictícias é uma técnica terapêutica que utiliza relaxamento profundo ou outros métodos para ajudar o paciente a criar e explorar histórias fictícias relacionadas às emoções que deseja trabalhar. Embora essa abordagem possa ser uma maneira inovadora de ajudar as pessoas a lidar com emoções e problemas emocionais, é importante lembrar que cada paciente é único e que a técnica deve ser adaptada às necessidades específicas de cada indivíduo.

Aqui está uma descrição geral da estrutura da Terapia de Histórias Fictícias:

  1. Indução: O terapeuta começa ajudando o paciente a entrar em um estado de relaxamento profundo. Isso pode ser feito usando técnicas de relaxamento progressivo, sugestões verbais e visualizações guiadas.

  2. Criação da história fictícia: Uma vez que o paciente tenha alcançado um estado de relaxamento profundo, o terapeuta o guiará na criação de uma história fictícia, na qual o sentimento que deseja trabalhar esteja associado aos personagens e eventos da história.

  3. Exploração: O terapeuta e o paciente exploram a história fictícia juntos, identificando eventos, emoções e padrões significativos que possam estar relacionados aos problemas atuais do paciente. Isso pode incluir a revisão de eventos desafiadores, relacionamentos interpessoais e lições de vida na história.

  4. Ressignificação: Com base na exploração da história fictícia, o terapeuta ajuda o paciente a reinterpretar e ressignificar as experiências e emoções da história de maneira a promover a cura e o crescimento pessoal no presente. Isso pode envolver o uso de técnicas como a reestruturação cognitiva, o perdão e a aceitação.

  5. Integração: O paciente é encorajado a integrar as novas perspectivas e compreensões obtidas na sessão de Terapia de Histórias Fictícias em sua vida atual. Isso pode incluir a aplicação dessas lições na resolução de problemas emocionais e na melhoria do bem-estar geral.

  6. Despertar: No final da sessão, o terapeuta guiará o paciente para sair do estado de relaxamento profundo e retornar ao estado normal de consciência.

Ao utilizar a Terapia de Histórias Fictícias, é crucial trabalhar com um profissional de saúde mental qualificado e garantir que a abordagem seja adaptada às necessidades específicas do paciente. A eficácia dessa abordagem dependerá da habilidade do terapeuta em ajudar o paciente a explorar e ressignificar as emoções presentes na história fictícia, bem como da capacidade do paciente de aplicar as lições aprendidas em sua vida cotidiana.



Embora a Terapia de Histórias Fictícias não seja uma abordagem terapêutica estabelecida com uma base de pesquisa específica, podemos analisar a literatura existente em áreas relacionadas, como neurociência e psicologia, para justificar alguns aspectos da terapia.

  1. Indução e relaxamento profundo: Estudos mostram que a prática de técnicas de relaxamento pode reduzir o estresse e a ansiedade, além de melhorar o bem-estar emocional e a saúde mental (Chiesa & Serretti, 2009). A neurociência também sugere que estados de relaxamento profundo podem aumentar a atividade nas áreas do cérebro associadas à criatividade e à imaginação (Andrews-Hanna, Smallwood & Spreng, 2014).

  2. Criação da história fictícia: A imaginação e a criação de histórias são processos cognitivos relacionados à memória e à criatividade (Schacter et al., 2012). A neurociência sugere que a criação de histórias fictícias pode ajudar a consolidar memórias e integrar novas informações (Wheeler, Stuss & Tulving, 1997).

  3. Exploração: A exploração da história fictícia pode envolver a análise de eventos e emoções na história, o que pode ser semelhante à Terapia Narrativa (White & Epston, 1990). A Terapia Narrativa tem como base a ideia de que as pessoas podem reinterpretar e reescrever as histórias de suas vidas para promover a mudança e o crescimento pessoal.

  4. Ressignificação: A ressignificação é um componente-chave da Terapia Cognitivo-Comportamental (Beck, 1979), que tem sido amplamente estudada e demonstrou ser eficaz no tratamento de uma variedade de problemas de saúde mental. A ressignificação envolve a identificação e a modificação de crenças e pensamentos disfuncionais que podem contribuir para problemas emocionais e comportamentais.

  5. Integração: A integração das lições aprendidas na sessão de Terapia de Histórias Fictícias é um aspecto importante da terapia e pode ser semelhante à fase de consolidação na Terapia de Exposição Prolongada (Foa et al., 2007). Esta fase envolve a aplicação das lições aprendidas durante a terapia à vida cotidiana do paciente, ajudando a promover a mudança e o crescimento pessoal.

  6. Despertar: O processo de retornar ao estado normal de consciência após a sessão de Terapia de Histórias Fictícias pode ser comparado ao despertar do estado hipnótico na hipnoterapia (Yapko, 2012). A transição suave de volta à consciência normal é importante para garantir que o paciente se sinta seguro e apoiado durante todo o processo terapêutico.

Embora a Terapia de Histórias Fictícias não tenha uma base de pesquisa específica, muitos de seus componentes são semelhantes a abordagens terapêuticas estabelecidas e fundamentadas em evidências. Ao adaptar a Terapia de Histórias Fictícias às necessidades individuais dos pacientes e trabalhar com profissionais de saúde


  1. Preparação: a. Explique ao paciente o propósito e a estrutura da Terapia de Histórias Fictícias. b. Obtenha o consentimento do paciente para prosseguir com a terapia.

  2. Indução e relaxamento profundo: a. Peça ao paciente para se sentar ou deitar confortavelmente. b. Inicie um exercício de relaxamento progressivo, solicitando que o paciente respire profundamente e relaxe cada parte do corpo, começando pelos pés e subindo até a cabeça. c. Use sugestões verbais e visualizações guiadas para ajudar o paciente a alcançar um estado de relaxamento profundo.

  3. Identificação da emoção: a. Pergunte ao paciente qual emoção negativa ele gostaria de trabalhar durante a sessão. b. Peça ao paciente para descrever um exemplo recente em que ele experimentou essa emoção.

  4. Criação da história fictícia: a. Oriente o paciente para criar uma história fictícia, na qual o sentimento escolhido esteja associado aos personagens e eventos da história. b. Incentive o paciente a desenvolver os personagens, o cenário e a trama da história.

  5. Exploração da história fictícia: a. Faça perguntas ao paciente para ajudá-lo a explorar a história em detalhes, como "O que acontece em seguida?" ou "Como o personagem se sente nesse momento?" b. Peça ao paciente para identificar momentos na história em que a emoção negativa escolhida é mais proeminente.

  6. Ressignificação: a. Ajude o paciente a encontrar maneiras de reinterpretar ou ressignificar os eventos e emoções negativas na história. b. Incentive o paciente a criar novos resultados, reações ou comportamentos para os personagens, que reflitam a mudança emocional desejada.

  7. Integração: a. Peça ao paciente para identificar lições ou insights que possam ser aplicados em sua vida atual. b. Discuta como o paciente pode usar essas lições para abordar situações semelhantes no futuro e enfrentar a emoção negativa de maneira mais saudável.

  8. Despertar: a. Oriente o paciente a se concentrar novamente em sua respiração e em seu corpo, trazendo lentamente a atenção de volta ao ambiente ao seu redor. b. Peça ao paciente para abrir os olhos quando estiver pronto e se sentir completamente alerta e presente.

  9. Discussão pós-terapia: a. Reserve um tempo para discutir a experiência com o paciente, abordando quaisquer sentimentos ou reações que possam ter surgido durante a sessão. b. Estabeleça um plano para futuras sessões ou ações, conforme necessário.

Lembre-se de que a Terapia de Histórias Fictícias deve ser adaptada às necessidades específicas de cada paciente e conduzida por um profissional de saúde mental qualificado para garantir a eficácia e segurança da abordagem.


Embora a Terapia de Histórias Fictícias não tenha sido especificamente estudada, podemos inferir alguns dos possíveis processos cerebrais com base em pesquisas em áreas relacionadas, como imaginação, emoção e regulação emocional. Os seguintes processos cerebrais podem ser envolvidos durante a Terapia de Histórias Fictícias:

  1. Ativação do sistema límbico: O sistema límbico, que inclui estruturas como o hipocampo e a amígdala, está envolvido na regulação das emoções e na consolidação da memória. Durante a terapia, o paciente pode experimentar emoções relacionadas à história fictícia, levando à ativação dessas áreas cerebrais.

  2. Ativação do córtex pré-frontal: O córtex pré-frontal está envolvido na tomada de decisões, no raciocínio, na regulação emocional e na resolução de problemas. Durante a Terapia de Histórias Fictícias, o paciente pode estar envolvido em atividades de ressignificação e integração, que exigem o uso dessas funções cognitivas.

  3. Redes de modo padrão e rede de atenção: A criação e exploração de histórias fictícias envolvem a imaginação e a introspecção, que estão associadas à rede de modo padrão do cérebro. A rede de atenção, por outro lado, está envolvida na regulação da atenção e na focalização da consciência. A alternância entre essas duas redes pode ocorrer durante a terapia, conforme o paciente se envolve na criação de histórias e na regulação emocional.

  4. Processamento de linguagem: O processamento de linguagem ocorre principalmente no córtex temporal e nos giro angular e supramarginal, áreas conhecidas como Áreas de Broca e Wernicke. A criação e a discussão das histórias fictícias durante a terapia envolvem o uso da linguagem, o que pode levar à ativação dessas áreas cerebrais.

  5. Ativação do sistema de recompensa: A terapia pode levar à ressignificação de eventos emocionalmente negativos, o que pode resultar em uma sensação de alívio, bem-estar ou realização. Isso pode ativar o sistema de recompensa do cérebro, que inclui estruturas como o núcleo accumbens e a área tegmental ventral.

É importante observar que a Terapia de Histórias Fictícias ainda não foi especificamente estudada, e os processos cerebrais mencionados acima são inferências baseadas em áreas relacionadas da pesquisa. Estudos futuros são necessários para investigar diretamente os mecanismos cerebrais subjacentes a essa abordagem terapêutica


A terapia de histórias fictícias é uma abordagem terapêutica que pode ser aplicada em uma variedade de questões emocionais e comportamentais. Aqui estão algumas das questões que podem ser tratadas com a terapia de histórias fictícias:

  1. Ansiedade: a terapia de histórias fictícias pode ajudar a lidar com a ansiedade, permitindo que o paciente explore suas emoções e sentimentos por meio de uma história fictícia e trabalhe para ressignificá-las em uma perspectiva mais positiva.

  2. Depressão: a terapia de histórias fictícias pode ajudar a lidar com a depressão, permitindo que o paciente explore suas emoções e sentimentos por meio de uma história fictícia e trabalhe para ressignificá-las em uma perspectiva mais positiva e esperançosa.

  3. Fobias: a terapia de histórias fictícias pode ajudar a lidar com as fobias, permitindo que o paciente explore suas emoções e sentimentos por meio de uma história fictícia e trabalhe para desensibilizá-las em relação ao gatilho fóbico.

  4. Trauma: a terapia de histórias fictícias pode ajudar a lidar com o trauma, permitindo que o paciente explore suas emoções e sentimentos por meio de uma história fictícia e trabalhe para ressignificá-las em uma perspectiva mais positiva e de cura.

  5. Estresse: a terapia de histórias fictícias pode ajudar a lidar com o estresse, permitindo que o paciente explore suas emoções e sentimentos por meio de uma história fictícia e trabalhe para encontrar maneiras mais saudáveis ​​de lidar com o estresse.

Em resumo, a terapia de histórias fictícias é uma abordagem terapêutica versátil que pode ajudar a lidar com uma variedade de questões emocionais e comportamentais. Trabalhar com um profissional de saúde mental qualificado pode ajudar a aplicar essa abordagem de forma eficaz e segura.




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